O que é RCD?


    A construção civil trabalha diariamente com enormes quantidades de materiais. Para a execução de um edifício, por exemplo, são necessárias toneladas de cimento, aço, areia, cal, brita, blocos e diversos outros materiais que compõe não só a estrutura, como também a edificação em si, o que possibilita a vivência dos usuários. Apesar da grande demanda de recursos envolvidos para a execução e manutenção de uma edificação, existe a questão de sobras de materiais durante a obra, assim como também há o problema de gerenciamento destes recursos quando a estrutura deixa de ter utilidade para a sociedade. Não são raros os casos de demolições nos centros urbanos, seja por risco de desabamento ou simplesmente pela necessidade de demolir para construir outro imóvel no local. Ao falarmos, então, a respeito de sobras de materiais na execução da obra ou sobre o produto das demolições, estamos falando sobre “RCD”: Resíduos de Construção e Demolição, ou também chamado de “RCC” (Resíduo da Construção Civil).
    Quando se trata de excessos em um sistema de produção onde o objetivo é entregar o produto, sem a preocupação de retornar os excessos para a indústria, surge a pauta de reaproveitamento e reciclagem de recursos. No panorama atual, onde ainda é pouco vigente a iniciativa de gerenciamento e reciclagem de RCD, o setor da construção civil tende à realidade de escassez de matéria-prima, bem como ao eminente problema de superlotação de aterros, situações que devem ser reavaliadas no presente para evitar maiores problemas no futuro.
    Neste Blog haverá uma série de postagens que tratam sobre o tema, desde a classificação dos RCDs e as legislações que regem o assunto, até pesquisas atuais que possibilitam a reciclagem deste material de uma maneira efetiva, para que o RCD volte a ter valor e utilidade na indústria e no mercado e para que a população tenha cada vez mais acesso ao conhecimento gerado nas Universidades, repensando as possibilidades e atitudes que podem tomar dentro e fora de casa. Deste modo, é possível aproveitar melhor os recursos naturais disponíveis e caminharmos juntos na direção de uma realidade mais sustentável.

Iohana Bürger da Rosa
Orientadora: Angela Borges Masuero
Bolsista BIPOP - NORIE/LAMTAC - Grupo de Materiais - PPGCI
O presente trabalho foi realizado com o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa - UFRGS - Brasil